Nova Veneza – Preservar a cultura, manter viva a memória dos nossos imigrantes e emocionar plateias no Brasil e no mundo. Essa é a missão que o Coral Peregrinos da Montanha, de Caravaggio, que vem cumprindo com dedicação desde 19 de agosto de 1978. Fundado com o objetivo de resgatar e conservar as canções trazidas pelos imigrantes italianos, o grupo celebra, em 2025, 47 anos de música, história e amizade.

Nova Veneza – Preservar a cultura, manter viva a memória dos nossos imigrantes e emocionar plateias no Brasil e no mundo. Essa é a missão que o Coral Peregrinos da Montanha, de Caravaggio, que vem cumprindo com dedicação desde 19 de agosto de 1978. Fundado com o objetivo de resgatar e conservar as canções trazidas pelos imigrantes italianos, o grupo celebra, em 2025, 47 anos de música, história e amizade.

A história começou de forma despretensiosa, em um jantar na cancha de bocha do senhor Toni Ronchi, no início de agosto de 1978. Durante uma roda de cantoria, o professor e músico Luiz Ângelo Cirimbelli, de Turvo, e Círio Milanese (in memoriam) lançaram um desafio: formar um coral de vozes masculinas que mantivesse vivas as canções italianas. A ideia rapidamente ganhou força, reunindo 36 homens em uma assembleia no dia 19 de agosto daquele ano, na então Escola Humberto Hermes Hoffmann, de Caravaggio, Nova Veneza. O nome, sugerido por Alcides Milanez, selou a identidade do grupo: Peregrinos da Montanha.

A primeira apresentação pública aconteceu no dia 11 de novembro de 1978, no Salão Anchieta, em Caravaggio, com um repertório que já incluía clássicos como Signore delle Cime e La Partenza dell’Alpino. Desde então, o grupo nunca mais parou. Em 1986, inaugurou sua sede própria e, atualmente, reúne 28 cantores sob a regência do maestro Edson Antonio Ghisleri. A característica da música é o canto polifônico à capela, destacando música clássica italiana, música sacra e música estilo Alpino (conta característico da região de montanhas dos Alpes da Itália).

Ao longo de sua trajetória, o Coral participou de inúmeros festivais, recitais e eventos religiosos, levando a música italiana a diversas regiões do Brasil e também ao exterior. Entre as apresentações mais marcantes está a turnê pela região norte da Itália, em 1998, onde o grupo foi recebido como representante oficial do Brasil, sendo homenageado por prefeitos, câmaras municipais e até pelo Governo da Região do Vêneto. Outra experiência internacional foi a viagem ao Uruguai, em 2011.

O trabalho de preservação cultural resultou na gravação de quatro álbuns — Canti dei Nostri Antenati (1996, 2000 e 2008) e um CD/DVD comemorativo de 40 anos (2019). No total, mais de 150 músicas já fizeram parte do repertório, sendo 60 registradas em CD e 15 também em DVD. No ano passado, o grupo também teve parte de sua história registrada em um documentário.

Entre todos os integrantes que já passaram pelo coral ao longo dessas mais de quatro décadas, apenas um fundador permanece em atividade. “Somos mais que um grupo de cantores. Somos guardiões de uma memória que conta a história dos nossos antepassados através da música”, resume José Carlos Margotti, atual presidente do grupo.

Com ensaios semanais, todas as terças-feiras, o Coral Peregrinos da Montanha segue firme, afinado e apaixonado pela missão que abraçou em 1978: cantar, encantar e manter viva a herança italiana no Sul de Santa Catarina.